O número de adolescentes assassinados nas avenidas, ruas, praças, becos e favelas da Capital cearense e sua Região Metropolitana não para de crescer. Somente nos quatro primeiros meses de 2010 já são, nada menos, que 72 jovens, com idades entre 12 e 17 anos, assassinados na Grande Fortaleza. Um aumento da ordem de 46,9 por cento em relação a igual período de 2009. No primeiro quadrimestre do ano passado, foram 49 homicídios vitimando adolescentes.
A maioria dos assassinatos tem como pano de fundo o intenso tráfico e consumo de drogas na RMF. Além disso, parte dos ´meninos´ e ´meninas´ assassinados tinha dívidas com os chefes das quadrilhas.
O corpo
Em busca de dinheiro para comprar pedras de crack ou papelotes de cocaína e mesmo a velha maconha, os garotos partem para a prática de outros delitos, especialmente os roubos (assaltos), pequenos furtos ou a prostituição. Muitas garotas apreendidas armadas ou com drogas afirmam que, quando não conseguem dinheiro através de assaltos, ´vendem´ o próprio corpo em troca de moedas para comprar as ´pedras´.
No rastro dos crimes de morte há também aqueles que acontecem quando os adolescentes entram em confronto com a Polícia. Exemplo disso, foi o que ocorreu na tarde da última quinta-feira (29), quando um rapaz, identificado por Glauber, também conhecido por ´Lourinho´, faleceu ao trocar tiros com policiais militares na localidade de Macacos, na zona rural do Município de Pacatuba. Ao lado do cadáver do garoto os peritos recolheram duas armas de fogo, eram revólveres de calibre 38, ambos municiados e com vários projéteis deflagrados justamente no tiroteio com a Polícia.
Logo, a identificação do garoto que tombou morto veio à tona. ´Lourinho´, segundo o secretário da Segurança Pública do Eusébio, delegado de Polícia Civil Lauro Leite; e a delegada titular daquele Município, Ana Lúcia Almeida, o rapaz era um dos últimos parceiros de um bandido que vem sendo caçado pelas autoridades há, pelo menos, três meses. Trata-se de Noé Vieira Lima, que tem contra si mandados de prisão preventiva decretada nos municípios do Eusébio, Aquiraz, Itaitinga, Pacatuba e Barreira. Neste último, ele teria protagonizado uma chacina em 2008.
Tiros
Na mesma semana que ´Lourinho´ perdeu a vida em troca de tiros com a PM, pelo menos outros quatro adolescentes morreram de forma violenta, isto é, foram vítimas de execuções sumárias. Um deles foi identificado como Fabrício Oliveira de Lima, 17, morto às 15h45 da última terça-feira (27) na Vila das Flores, também em Pacatuba. No mesmo dia, por volta das 23h18, outro garoto tombou sem vida, com o corpo apresentando marcas de tiros, ao tentar assaltar um policial na Rua Manoel Rodrigues Monteiro, no bairro Vicente Pinzón (Zona Leste da Capital).
No dia seguinte (28), mais um adolescente acabou assassinado no mesmo bairro. Dessa vez, era outro jovem que fazia assaltos na área. Ele tombou na Rua Antônio Cordeiro, às 12h25. Onze horas depois (às 23h14),um terceiro adolescente acabou fuzilado na Rua Sandra Gentil, no bairro Coité, na Sapiranga.
Somente no mês de abril que findou na última sexta-feira, 19 adolescentes foram assassinados na Grande Fortaleza, além de outros 19 em março, 18 em fevereiro e 16 em janeiro.
Sem nome
A morte dos adolescentes na Grande Fortaleza é tratada de forma estranha pelas autoridades policiais. Nos Boletins de Ocorrência divulgados pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) através de seu site na internet, as vítimas sequer são identificadas.
Ao invés de seus nomes, o registro diz apenas que se trata de ´menor de idade´, num equívoco em termos de lei, pois o Estatuto da Criança e do Adolescente fala apenas que deve ser omitido o nome do adolescente quando este é acusado ou apreendido por ter cometido ato infracional, ou se tiver sido vítima de crime de natureza sexual. Assim, a SSPDS omite para a sociedade a identificação das crianças e adolescentes vítimas da violência que o órgão não consegue combater.
A maioria dos assassinatos tem como pano de fundo o intenso tráfico e consumo de drogas na RMF. Além disso, parte dos ´meninos´ e ´meninas´ assassinados tinha dívidas com os chefes das quadrilhas.
O corpo
Em busca de dinheiro para comprar pedras de crack ou papelotes de cocaína e mesmo a velha maconha, os garotos partem para a prática de outros delitos, especialmente os roubos (assaltos), pequenos furtos ou a prostituição. Muitas garotas apreendidas armadas ou com drogas afirmam que, quando não conseguem dinheiro através de assaltos, ´vendem´ o próprio corpo em troca de moedas para comprar as ´pedras´.
No rastro dos crimes de morte há também aqueles que acontecem quando os adolescentes entram em confronto com a Polícia. Exemplo disso, foi o que ocorreu na tarde da última quinta-feira (29), quando um rapaz, identificado por Glauber, também conhecido por ´Lourinho´, faleceu ao trocar tiros com policiais militares na localidade de Macacos, na zona rural do Município de Pacatuba. Ao lado do cadáver do garoto os peritos recolheram duas armas de fogo, eram revólveres de calibre 38, ambos municiados e com vários projéteis deflagrados justamente no tiroteio com a Polícia.
Logo, a identificação do garoto que tombou morto veio à tona. ´Lourinho´, segundo o secretário da Segurança Pública do Eusébio, delegado de Polícia Civil Lauro Leite; e a delegada titular daquele Município, Ana Lúcia Almeida, o rapaz era um dos últimos parceiros de um bandido que vem sendo caçado pelas autoridades há, pelo menos, três meses. Trata-se de Noé Vieira Lima, que tem contra si mandados de prisão preventiva decretada nos municípios do Eusébio, Aquiraz, Itaitinga, Pacatuba e Barreira. Neste último, ele teria protagonizado uma chacina em 2008.
Tiros
Na mesma semana que ´Lourinho´ perdeu a vida em troca de tiros com a PM, pelo menos outros quatro adolescentes morreram de forma violenta, isto é, foram vítimas de execuções sumárias. Um deles foi identificado como Fabrício Oliveira de Lima, 17, morto às 15h45 da última terça-feira (27) na Vila das Flores, também em Pacatuba. No mesmo dia, por volta das 23h18, outro garoto tombou sem vida, com o corpo apresentando marcas de tiros, ao tentar assaltar um policial na Rua Manoel Rodrigues Monteiro, no bairro Vicente Pinzón (Zona Leste da Capital).
No dia seguinte (28), mais um adolescente acabou assassinado no mesmo bairro. Dessa vez, era outro jovem que fazia assaltos na área. Ele tombou na Rua Antônio Cordeiro, às 12h25. Onze horas depois (às 23h14),um terceiro adolescente acabou fuzilado na Rua Sandra Gentil, no bairro Coité, na Sapiranga.
Somente no mês de abril que findou na última sexta-feira, 19 adolescentes foram assassinados na Grande Fortaleza, além de outros 19 em março, 18 em fevereiro e 16 em janeiro.
Sem nome
A morte dos adolescentes na Grande Fortaleza é tratada de forma estranha pelas autoridades policiais. Nos Boletins de Ocorrência divulgados pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) através de seu site na internet, as vítimas sequer são identificadas.
Ao invés de seus nomes, o registro diz apenas que se trata de ´menor de idade´, num equívoco em termos de lei, pois o Estatuto da Criança e do Adolescente fala apenas que deve ser omitido o nome do adolescente quando este é acusado ou apreendido por ter cometido ato infracional, ou se tiver sido vítima de crime de natureza sexual. Assim, a SSPDS omite para a sociedade a identificação das crianças e adolescentes vítimas da violência que o órgão não consegue combater.
AUTOR: FERNANDO RIBEIRO
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