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sexta-feira, 20 de março de 2009

Juazeiro do Norte: Descoberta parte de um túnel no quintal da casa onde morou o Padre Cícero

Um túnel ou uma espécie de porão? A dúvida se dá em torno de uma descoberta no quintal da casa onde morou o Padre Cícero Romão Batista nos seus últimos anos de vida. Hoje é o conhecido museu da Rua São José, que foi palco de uma palestra na noite desta quinta-feira como parte da programação referente aos 165 anos do sacerdote. A obra de alvenaria adotando um estilo romano despertou a curiosidade no momento em que o palestrante, o padre José Venturelli levou todos ao quintal para mostrar a descoberta.
Agora ficou a incógnita: o que seria e qual foi a sua utilidade. Ele conta com cerca de 10 metros de extensão e três de altura e foi descoberto durante os serviços de recuperação e pintura do prédio. De imediato, o próprio padre acenou com a possibilidade de ter sido um depósito das armas usadas na guerra de 1914. O contraponto partiu do professor e historiador, Renato Dantas, alegando que, provavelmente, o imóvel não existisse por essas épocas. Disse mais que as armas foram estocadas no velho casarão do Horto que é hoje o Museu Vivo de Padre Cícero.
Entretanto, há uma inscrição na caixa d´água que data do ano de 1906 representando outro ponto de interrogação. Outra dúvida é com relação a um cacimbão dentro de uma das capelas do museu e que fica no mesmo nível do túnel e jamais deixou de ter água em abundância. O líquido é até retirado pelos romeiros como se fora água benta. Ontem, tão logo terminou a palestra, o padre Venturelli levou até o "túnel" o prefeito em exercício, José Roberto Celestino, e os padres Paulo Lemos, Roserlândio e João Carlos Perine.
Historiadores e pesquisadores como Daniel Walker, Raimundo Araújo, Renato Dantas e José Carlos dos Santos, Secretário de Turismo, também foram olhar de perto o túnel, mas não se chegou a conclusão alguma. A obra deverá se tornar um atrativo e objeto de estudos para tentar descobrir do que se tratava. Em meio a alguns comentários populares no local, falou-se que seria um túnel em direção à Igreja Matriz por onde o Padre Cícero passava e ouve até quem dissesse da possibilidade de um "esconderijo" para tentar retirar a beata Maria de Araújo, que estava sendo submetida a torturas na Casa de Caridade do Crato.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Homicídio e lesão corporal à faca movimentam o plantão policial de Catarina-CE

Ontem, por volta das 11 horas da manhã, na rua José de Mota, S/N, proximidades da praça da Matriz em Catarina foi registrado um homicídio à faca que teve como vítima o agricultor FRANCISCO MACÁRIO DE SOUZA NETO, 31 anos, o qual sofreu uma perfuração abaixo do peito direito e outra na perna esquerda, vindo a falecer em seguida.
A outra vitima foi o agricultor FRANCISCO ELINEUDO DE SOUZA, 40 anos, o qual sofreu uma perfuração no peito esquerdo e foi transferido para o hospital de Iguatu em estado grave.
Segundo informações colhidas no local pela polícia, ambos estavam bebendo em um bar de propriedade de ANTONIO RAIMUNDO DE OLIVEIRA, 48 anos, que em meio a uma discussão banal por causa de um troco, sacou uma faca e lesionou as vítimas. Após o crime, o infrator evadiu-se em moto de cor preta, placa não anotada, tomando rumo ignorado.

Ares do século XXI

O visitante que chega hoje a Tauá, a 337 quilômetros de Fortaleza, não consegue ficar imune aos novos ventos que sopram por lá. Nas conversas com moradores ou em passeios pela sede da cidade, há algo de novo no ar. Dos primeiros tempos em que serviu de passagem para as boiadas vindas do Icó, como parte do processo de colonização do Ceará, no início do século XVIII, a área que compreende o serrote Quinamuiu (palavra indígena que significa "serrote" ou "serra perto d'água") acena com um salto sem volta em direção ao século XXI.
De localidade condenada às agruras de estar situada no semiárido nordestino, Tauá vivencia nos últimos anos a transformação de uma realidade de dependência climática, para um cenário no qual o homem é o indutor do processo de mudança sustentável. Bem diferente, diga-se, do que se deu com seus colonizadores que, ao inserir a cultura do gado na região, caçaram, prenderam e mataram ou domesticaram os índios jucás, primeiros habitantes dos Inhamuns, promovendo um verdadeiro etnocídio.
As marcas dessa história ainda podem ser encontradas no Museu dos Inhamuns, da Fundação Bernardo Feitosa, que reúne um dos mais completos acervos sobre a região. Mas Tauá está voltada também e, principalmente, para marcar o seu futuro. Com recursos do Ministério das Comunicações, o município tornou-se há dois anos a primeira cidade digital do Nordeste. Atualmente, existem quatro quiosques digitais gratuitos com computadores disponíveis à população. Além dos quiosques, há também quatro pontos de wireless gratuito.
Nos quiosques, onde o movimento é mais pela manhã, é comum encontrar pessoas que já inseriram a tecnologia no seu dia a dia. A rede de saúde também se beneficia. Os agentes de saúde passaram a usar palmtops nas visitas diárias. Esse processo aboliu o uso do papel e os formulários são agora digitalizados. Antes, por meio do papel, se levava dois meses para a compilação dos dados. Agora, demora menos de dez minutos a entrar na rede.
Para que isso fosse possível, conta Alexciano de Sousa, assessor de projetos da Secretaria da Ciência e Tecnologia do Município, o primeiro passo foi a criação de um provedor municipal. Depois disso desencadeou-se um processo de busca do conhecimento. Na sede da Secretaria, até aos sábados pela manhã, é comum encontrar estudantes, de nível médio ou superior, procurando se aperfeiçoar. No local, há espaço para estudantes através da Universidade Aberta do Brasil (UFC, Ifet´s e Uece) e sala de videoconferência.
Em dois anos a Secretaria já capacitou cerca de mil pessoas em várias áreas (Linux Básico, Avançado, webdesign e Programador em Java). Atualmente, a demanda pelos cursos é reprimida. Mesmo assim, Alexciano desafia que haja no Estado, além de Fortaleza, cidade com maior número de pessoas qualificadas. "Na linha de cursos nos tornamos referencial para atendimento ao mercado de trabalho".
Prova disso é a recém criada Associação de Desenvolvimento Tecnológico de Tauá (Adett), formada por estudantes secundaristas que se uniram a outras pessoas dos cursos para montar a empresa. A Adett foi criada este ano e a carteira de clientes envolve empresas e o Liceu de Tauá, onde montaram um sistema de controle de entrada dos alunos e acompanhamento individual por meio da identificação da digital.
Outro passo importante foi a instalação de um campus da Uece na cidade em 1995. O poder aquisitivo da população aumentou e se criou a cultura empreendedora. A mudança também se deu no poder público, com grande parte dos atuais gestores oriundos da universidade.
Natural de Arneiroz, município vizinho a Tauá, o ex-reitor da Uece, Paulo Petrola, costumava dizer que Aonde o conhecimento chega até a conversa de bar torna-se diferente. Em Tauá, basta um tantinho de prosa para perceber.

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